Contemplando o sensorial, redescobrimos a magia de ouvir o eco que sai de nós mesmos.
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Matei porque era legal
Matei porque era legal... Só pensei em girar a faca na hora em que eu senti o sangue na minha mão, eu posso lhe jurar que não foi premeditado. Aquele rapaz bacana, como um cara daquele podia ser tão legal comigo? Eu negro, feio e viciado. Ele era bonito, tinha casa e quando passava pela gente ainda dava boa noite... eu não entendia muito aquilo não. Eu vivo com raiva dessas injustiças, sinhô e posso lhe dizer que eu não entendi o que eu fiz não. Eu já vi na televisão homem rico que matou gente por besteira, o que eu fiz só se explica porque era legal... anteontem mesmo ele sentou comigo e enrolou um baseado pra mim, a gente fumou junto e conversou sobre muita coisa, ele falou umas coisa que não via em canto nenhum, nem presidente, nem padre, ninguém... aquelas coisas, que eu não vou falar aqui porque eu quero guardar isso pra mim, mas posso dizer denovo que não tem motivo, eu só matei porque gostava dele. Esse povo que veio atrás de mim pra fazer justiça com as mãos tavam até certo, eu não tiro a razão deles não... eu matei por causa de uma força estranha, que nem uma força que ele tentou me explicar, mas não conseguiu.
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4 comentários:
cara, que louco isso. a narrativa parece história de manchete de jornal. legal a forma como "a pessoa" fala sem remorso, sem culpa, explicitamente, dá razão aos que são iguais a ele, não procura se justificar, só diz o que aconteceu... de onde surgiu isso?
muito bom texto. parece manchete de jornal mesmo joão...
não me lembro, mas acho que já vi. qual a inspiração pros teus textos?
É VERDADE MUITO BOM.
DENSO SEM SER.
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